A civilização Asteca, também conhecida como Mexica,
floresceu entre os séculos XIV e XVI no Vale do México, estabelecendo sua
capital em Tenochtitlán (atual Cidade do México). Originários de
Aztlán, os astecas migraram para a região e, segundo a lenda, fundaram sua
cidade em 1325 após avistarem um sinal divino: uma águia devorando uma serpente
sobre um cacto. A sociedade asteca era altamente estratificada, com um
imperador (tlatoani) no topo, seguido por nobres, sacerdotes,
guerreiros, comerciantes, artesãos e camponeses. Sua economia baseava-se na
agricultura (com técnicas como as chinampas, jardins flutuantes),
no comércio e no tributo de povos conquistados.
Religião e guerra eram pilares da cultura asteca. Eles
adoravam uma complexa gama de deuses, como Huitzilopochtli (sol e
guerra), Quetzalcóatl (sabedoria) e Tlaloc (chuva), e
acreditavam que sacrifícios humanos eram essenciais para manter a ordem
cósmica. O Templo Mayor, em Tenochtitlán, era o centro religioso, onde
cerimônias grandiosas eram realizadas. O expansionismo militar asteca criou um
vasto império, sustentado por alianças e pelo domínio de cidades-estado rivais.
No auge, Tenochtitlán era uma das maiores cidades do
mundo, com cerca de 200 mil habitantes, canais, aquedutos e mercados
movimentados, como o de Tlatelolco. A arte asteca incluía esculturas, mosaicos
de turquesa, e livros (códices) que registravam sua história e conhecimentos
astronômicos. No entanto, em 1521, o império foi derrotado pelos espanhóis
liderados por Hernán Cortés, que se aliou a povos inimigos dos astecas e
explorou divisões internas.
Apesar da conquista, o legado asteca persiste no México
moderno. Sua língua (náhuatl), culinária (como o milho e o chocolate), e
tradições religiosas sincretizadas (como o Dia dos Mortos) são testemunhos de
sua influência duradoura. Sítios arqueológicos, como o Templo Mayor, e símbolos
nacionais, como a águia do escudo mexicano, mantêm viva a memória dessa
civilização grandiosa e complexa.
Mitologia Asteca: Deuses, Templos e Legado
no Mundo Moderno
A mitologia asteca, desenvolvida pela civilização mexica,
é um sistema religioso complexo que influenciou política, guerra e vida
cotidiana no México pré-hispânico. Os astecas acreditavam em um universo
cíclico, regido por deuses que exigiam sacrifícios para manter a ordem cósmica.
Sua religião era politeísta, com divindades associadas a fenômenos naturais,
agricultura, guerra e criação. O centro espiritual era Tenochtitlán,
onde ficava o Templo Mayor, dedicado a Huitzilopochtli (deus do sol
e da guerra) e Tlaloc (deus da chuva).
A mitologia asteca sobreviveu parcialmente ao
colonialismo espanhol, sendo reinterpretada no sincretismo religioso e na
cultura popular mexicana. Hoje, elementos dessa tradição aparecem em festivais,
arte e identidade nacional.
Principais Deuses Astecas
Huitzilopochtli ("Beija-flor
do Sul" ou "Beija-flor Azul Canhoto").
- Qualidades:
o Deus do sol, guerra e sacrifício.
o Padroeiro de Tenochtitlán e
símbolo do poder asteca.
o Representava a vitória
militar e a sobrevivência do cosmos (acreditava-se
que seu culto evitava o fim do mundo).
- Templo
Principal: Templo Mayor, em
Tenochtitlán (dupla pirâmide dedicada a ele e a Tlaloc).
- Localização
Antiga: Centro de Tenochtitlán (hoje Cidade
do México).
- Características
do Culto:
o Sacrifícios humanos
eram realizados para "alimentar" o deus e garantir que o sol
continuasse seu ciclo.
o Guerreiros
capturados em batalhas eram oferecidos em rituais.
Quetzalcóatl ("Serpente
Emplumada")
o Domínio: Sabedoria,
ventos, aprendizado, criador da humanidade.
o Representação: Uma serpente
com penas de quetzal.
o Mito: Roubou o milho
dos deuses para alimentar a humanidade e governou uma era de paz.
Tezcatlipoca ("Espelho
Fumegante")
o Domínio: Noite, magia,
destino, guerra e tentação.
o Representação: Um espelho de
obsidiana no pé ou na cabeça.
o Mito: Rival de
Quetzalcóatl, simbolizava o caos e a mudança.
Tlaloc
o Domínio: Chuva,
fertilidade, água e agricultura.
o Representação: Olhos
arregalados e presas de jaguar.
o Culto: Crianças eram
sacrificadas para assegurar boas colheitas.
Chalchiuhtlicue ("A
da Saia de Jade")
o Domínio: Água corrente,
rios, lagos e nascimentos.
o Representação: Vestida em
verde-azulado, com joias de jade.
o Mito: Afogou a
humanidade em um dilúvio para purificar o mundo.
Xipe Totec ("Nosso
Senhor Esfolado")
o Domínio: Renovação,
agricultura, ourivesaria.
o Representação: Vestia a pele
de uma vítima sacrificada.
o Ritual: Sacrifícios
onde sacerdotes usavam peles humanas.
Mictlantecuhtli
o Domínio: Morte,
submundo (Mictlán).
o Representação: Esqueleto com
adornos de ossos.
o Mito: Governava o
reino dos mortos junto com sua esposa, Mictecacíhuatl.
Coatlicue ("A
da Saia de Serpentes")
o Domínio: Terra,
fertilidade, mãe dos deuses.
o Representação: Uma figura com
uma saia de serpentes e um colar de mãos e corações.
o Mito: Mãe de
Huitzilopochtli, morta por sua filha Coyolxauhqui antes do deus nascer.
Xochiquetzal ("Flor
de Pluma Rica")
o Domínio: Amor, beleza,
arte, fertilidade.
o Representação: Jovem adornada
com flores.
o Culto: Padroeira das
prostitutas e tecelãs.
Tonatiuh
o Domínio: Sol e guerra.
o Representação: Rostro dourado
com raios solares.
o Mito: Exigia
sacrifícios para continuar sua jornada pelo céu.
Ehécatl (aspecto
de Quetzalcóatl)
o Domínio: Ventos.
o Representação: Máscara bucal
em forma de bico.
o Função: Limpava o
caminho para a chuva de Tlaloc.
Deuses Menores e Entidades
·
Coyolxauhqui (Lua, irmã de Huitzilopochtli).
·
Tlazolteotl (purificação, pecados).
·
Huehuecóyotl (travessura, música).
·
Ometéotl (divindade dual primordial, criadora
do universo).
Segundo a lenda, Huitzilopochtli nasceu já adulto para defender sua mãe, Coatlicue, atacando sua irmã Coyolxauhqui (a Lua) e seus 400 irmãos (as estrelas). Essa história simbolizava o triunfo do sol sobre a noite.
Ele também guiou os astecas em sua migração lendária
desde Aztlán até a fundação de Tenochtitlán (1325 d.C.), onde
uma águia devorando uma serpente sobre um cacto marcou o local sagrado.
Localização Atual
- Cidade Moderna: Cidade
do México.
- Sítio Arqueológico: As ruínas
do Templo Mayor estão no centro histórico, ao lado
da Catedral Metropolitana.
- Museu: O Museu
do Templo Mayor exibe esculturas, como a de Coyolxauhqui,
e artefatos religiosos astecas.
Representação nos Dias Atuais
Apesar da destruição causada pela conquista espanhola,
elementos da mitologia asteca persistem:
Sincretismo Religioso
· A Virgem de Guadalupe foi associada à deusa Tonantzin (mãe terra), facilitando a conversão dos indígenas.
· Festas como o Dia dos Mortos têm raízes em rituais astecas dedicados a Mictlantecuhtli (deus da morte).
Cultura Popular e Nacionalismo
· Huitzilopochtli aparece em quadrinhos, séries e literatura como símbolo de resistência indígena.
· O escudo do México (a águia e a serpente) é inspirado na lenda asteca.
Arqueologia e Memória
· Escavações no Templo Mayor revelaram oferendas e esculturas, reforçando a importância histórica.
· Movimentos indígenas reivindicam o legado asteca como parte da identidade mexicana.
A mitologia asteca, embora suprimida pela colonização, nunca desapareceu completamente. Seus deuses, como Huitzilopochtli, continuam vivos na cultura mexicana, seja em festivais, na arte ou no orgulho histórico. O Templo Mayor é um símbolo dessa resistência, unindo o passado glorioso ao presente multicultural do México.
Nenhum comentário:
Postar um comentário