quinta-feira, 15 de maio de 2025

Runas

As runas são símbolos antigos associados aos povos germânicos e nórdicos, utilizados tanto como sistema de escrita quanto como ferramenta de adivinhação. Vamos explorar sua origem, história, e os oraculistas (ou mestres das runas) ao longo do tempo.

1. Origem e Datas das Runas

  • Século II d.C.: As primeiras inscrições rúnicas aparecem na Escandinávia e no norte da Europa, derivadas provavelmente de alfabetos itálicos antigos (como o etrusco ou o latino). O alfabeto rúnico mais antigo é o Futhark Antigo (composto por 24 caracteres).
  • Séculos III-VIII d.C.: Período de expansão das runas entre os povos vikings e anglo-saxões. O Futhark Antigo evolui para o Futhark Jovem (16 caracteres) na Escandinávia e para o Futhorc Anglo-Saxão (até 33 caracteres) nas Ilhas Britânicas.
  • Século XII em diante: Com a cristianização da Escandinávia, as runas perdem espaço para o alfabeto latino, mas continuam sendo usadas em contextos místicos e folclóricos.

2. Uso Oracular das Runas

As runas eram usadas para adivinhação desde a Era Viking (séculos VIII-XI), mas não há registros detalhados de como os oraculistas trabalhavam na época. A prática provavelmente envolvia:

  • Lançamento de runas em tecidos sagrados ou diretamente no chão.
  • Interpretação baseada na posição e no significado simbólico de cada runa.
  • Associação a deuses nórdicos, como Odin, que, segundo a mitologia, descobriu as runas após um ritual de auto-sacrifício.

3. Oraculistas e Mestres das Runas

Na Antiguidade e Era Viking

  • Völvas: Mulheres xamânicas nórdicas que atuavam como profetisas, usando runas, ervas e cantos para prever o futuro.
  • Godar (sacerdotes de Odin): Líderes religiosos que também manejavam as runas em rituais.

Fontes Históricas

  • Tácito (século I d.C.): Descreve em Germania um método de adivinhação germânica usando varinhas marcadas (possivelmente um precursor das runas).
  • Eddas (séculos XIII): Textos islandeses (como o Hávamál) mencionam Odin e o poder místico das runas, mas sem detalhes sobre práticas oraculares.

Reavivamento Moderno

  • Século XIX: O interesse pelas runas ressurge com o Romantismo e o Nacionalismo germânico.
  • Século XX: Autores como Guido von List (influenciado pelo esoterismo) e Ralph Blum (O Livro das Runas, 1982) popularizam a interpretação moderna das runas como oráculo, embora com adaptações New Age.

4. Runas como Oráculo Hoje

  • Métodos: Pode-se usar conjuntos de 24 runas (Futhark Antigo) ou variações. Cada runa tem um significado (ex.: Fehu = prosperidade, Hagalaz = crise).
  • Praticantes: Não há uma linhagem contínua de oraculistas desde a Era Viking; a prática atual é uma reconstrução baseada em fragmentos históricos e intuição moderna.

5. Cuidados e Críticas

  • Autenticidade: Não há evidências de que os vikings usavam runas exatamente como os oraculistas modernos.
  • Apropriação: Alguns grupos esotéricos distorceram as runas para fins ideológicos (ex.: nazismo).

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