As runas são símbolos antigos associados aos povos germânicos e nórdicos, utilizados tanto como sistema de escrita quanto como ferramenta de adivinhação. Vamos explorar sua origem, história, e os oraculistas (ou mestres das runas) ao longo do tempo.
1. Origem e Datas das Runas
- Século
II d.C.: As primeiras inscrições rúnicas
aparecem na Escandinávia e no norte da Europa, derivadas provavelmente de
alfabetos itálicos antigos (como o etrusco ou o latino). O alfabeto rúnico
mais antigo é o Futhark Antigo (composto por 24
caracteres).
- Séculos
III-VIII d.C.: Período de expansão das runas entre
os povos vikings e anglo-saxões. O Futhark Antigo evolui para o Futhark
Jovem (16 caracteres) na Escandinávia e para o Futhorc
Anglo-Saxão (até 33 caracteres) nas Ilhas Britânicas.
- Século
XII em diante: Com a cristianização da Escandinávia,
as runas perdem espaço para o alfabeto latino, mas continuam sendo usadas
em contextos místicos e folclóricos.
2. Uso Oracular das Runas
As runas eram usadas para adivinhação desde a Era Viking
(séculos VIII-XI), mas não há registros detalhados de como os oraculistas
trabalhavam na época. A prática provavelmente envolvia:
- Lançamento
de runas em tecidos sagrados ou
diretamente no chão.
- Interpretação baseada
na posição e no significado simbólico de cada runa.
- Associação
a deuses nórdicos, como Odin, que, segundo a
mitologia, descobriu as runas após um ritual de auto-sacrifício.
3. Oraculistas e Mestres das Runas
Na Antiguidade e Era Viking
- Völvas:
Mulheres xamânicas nórdicas que atuavam como profetisas, usando runas,
ervas e cantos para prever o futuro.
- Godar
(sacerdotes de Odin): Líderes religiosos que também
manejavam as runas em rituais.
Fontes Históricas
- Tácito
(século I d.C.): Descreve em Germania um
método de adivinhação germânica usando varinhas marcadas (possivelmente um
precursor das runas).
- Eddas
(séculos XIII): Textos islandeses (como o Hávamál)
mencionam Odin e o poder místico das runas, mas sem detalhes sobre
práticas oraculares.
Reavivamento Moderno
- Século
XIX: O interesse pelas runas ressurge com o Romantismo
e o Nacionalismo germânico.
- Século
XX: Autores como Guido von List (influenciado
pelo esoterismo) e Ralph Blum (O Livro das Runas,
1982) popularizam a interpretação moderna das runas como oráculo, embora
com adaptações New Age.
4. Runas como Oráculo Hoje
- Métodos:
Pode-se usar conjuntos de 24 runas (Futhark Antigo) ou variações. Cada
runa tem um significado (ex.: Fehu = prosperidade, Hagalaz =
crise).
- Praticantes:
Não há uma linhagem contínua de oraculistas desde a Era Viking; a prática
atual é uma reconstrução baseada em fragmentos históricos e intuição
moderna.
5. Cuidados e Críticas
- Autenticidade:
Não há evidências de que os vikings usavam runas exatamente como os
oraculistas modernos.
- Apropriação:
Alguns grupos esotéricos distorceram as runas para fins ideológicos (ex.:
nazismo).
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