segunda-feira, 21 de abril de 2025

A Lua como Espelho da Humanidade – Ancestralidade

Na Pré-História, a Lua não era apenas um objeto celeste, mas uma força vital integrada ao cotidiano, à espiritualidade e à sobrevivência das primeiras civilizações.

Nesse momento da história da humanidade a Lua era seu guia, um relógio natural, um símbolo de fertilidade, nascimento e morte e um conexão com o invisível.

A Lua como Medidor de Tempo e Calendário Primordial

  • A observação das fases lunares deu origem aos primeiros sistemas de contagem do tempo, os primórdios de nossos calendários.
  • A repetição de Nova, Crescente, Cheia e Minguante: tão natural nos dias de hoje indicavam, ao bom observador, os ciclos da natureza, a passagem do tempo, o envelhecimento e morte de tudo ao seu redor
    • Exemplo: O "osso de Blanchard" (França, ~30.000 a.C.) tem entalhes que podem representar fases lunares, sugerindo um calendário rudimentar.
  • Caçar, alimentar os seus, com certeza era mais seguro em noites de Lua cheia e ataque furtivos poderiam ser acontecer com maior garantia de não ser visto em noites sem lua.

A Lua na Arte e Simbolismo Pré-Histórico

  • Em Pinturas rupestres são encontrados, invariavelmente símbolos que podem representar a Lua e os eclipses. Imaginem o reboliço que um eclipse podia causar para esses povos, o que isso representaria.
  • Acreditasse que figuras a Vênus de Willendorf poderiam estar ligadas à Lua como símbolo de ciclos menstruais, gestação e abundância.

 Arquitetura Lunar: Megálitos e Alinhamentos

  • Stonehenge (Inglaterra): Além do alinhamento solar, alguns pesquisadores sugerem que pedras marcam eventos lunares extremos.
  • Newgrange (Irlanda): O sítio pode ter relação com ciclos lunares e solares, usado para rituais de renovação sazonal.
  • Círculos de pedras na África: Locais como Nabta Playa (Egito, ~5.000 a.C.) tinham marcadores lunares para prever chuvas.

Mitos e Xamanismo Lunar

  • Muitas culturas a viam como um deus(a) ou animal (ex.: um lobo que a devora durante eclipses).
  • Na mitologia aborígene australiana, a Lua é um caçador que morre e renasce (associado ao ciclo mensal).
  • Xamãs e viagens astrais: A Lua era uma "ponte" para o mundo espiritual. Cogumelos alucinógenos eram colhidos sob a Lua Cheia para rituais.
  • Máscaras lunares (ex.: dos Inuit) eram usadas em cerimônias para invocar poderes noturnos.

Agricultura

  • Registros indiretos sugerem que sociedades neolíticas plantavam grãos na Lua Crescente e colhiam na Minguante (crença que persiste no folclore rural).
  • Alguns achados arqueológicos (como ossos de animais em posições ritualísticas) indicam sacrifícios durante Lua Nova ou Cheia para assegurar caça farta.

Essas crenças ecoam até hoje em práticas como a agroecologia lunar e rituais neopagãos. A Lua pré-histórica não era "primitiva" — era a primeira ciência e a primeira teologia da humanidade.


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