sábado, 21 de junho de 2008

Esplendor na Relva!



Quando eu era pequena assisti a um filme que só hoje consegui entender. Sou daquelas pessoas que adoram assistir ao mesmo filme e prefiro que eles estejam sendo exibidos na programação e não disponíveis no meu arquivo. Com isso compro a maioria dos filmes que gosto, mas eles são pouco utilizados. Só a Cristina entende isso!

Voltando ao assunto.... Só assisti uma vez o filme em questão e lembro que ao final foram só lágrimas, eu chorava prum lado, minha mãe pro outro e meu pai balançava a cabeça achando nós duas muito bobas.

Claro que era um filme bem água com açúcar. Ela uma moça bem simples e digna e ele o riquinho da cidade. Inadvertidamente se apaixonaram, namoraram escondido e até "fizeram amor" (SIC), não foi só sexo! Mas a cidade do interior dos USA não permitira o relacionamento de categorias sociais tão distintas e os dois se separaram. Ela como não poderia deixar de ser ficou muito mal falada na cidade e o garanhão casou com uma bela donzela. Anos se passam e a família rica perde tudo. Nessa hora imaginei que agora ele poderia viver o grande amor que todos sabiam que sentiam um pelo outro - mas não, quando se reencontraram ela não sentia mais nada! Eu nunca entendi isso, achava que o amor durava para sempre.

Hoje dei de cara com o poema que era recitado por ela ao final do filme e finalmente entendi...

Sinta a alegria de Maio!
A luz que brilhava com tanta intensidade,
Foi levada para sempre dos meus olhos.
Embora nada possa devolver os momentos
De esplendor na relva e de glória em flor;
Não nos afligiremos, melhor,
Encontraremos força no que ficou pra trás;
Na harmonia inicial que deveria ter sido;
Em suaves pensamentos que saltam o sofrimento humano;
Na fé que contempla a ideia da morte,
Nos anos que trazem a mente filosófica.
(Ode: Intimations of Immortality from Recollections of Early Childhood, 175-186)

Me perdoem aqueles que amam a William Woodsworth, mas a tradução acima é minha e portanto completamente parcial e livre.

.............................................................Livia Ulian

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Sexta-Feira 13!


Dizem que a Sexta-feira 13 é um dia de azar, aziago. Muitos acreditam que foi por causa da cachorrada que o Filipe fez com o Jacques – mas mesmo antes disso o Tarot já chamava a carta 13 de Morte – tudo bem, todos sabemos que morte é transformação e não necessariamente “bater as botas” – então podemos pensar que esse dia é um dia de transformação.
Vamos aos poucos fatos da origem provável do boato, sob meu ponto de vista.

O Rei Filipe o Belo de França estava duro. A realidade nua e crua, era que não tinha dinheiro nenhum, mesmo depois de ter dado o golpe do baú em Joana I de Navarra, continuava com sua pirataria em terra. Não tendo de onde mais tirar dinheiro, com impostos muito altos e o povo passando fome, pousou seus olhos sobre a Ordem dos Templários (nem de perto eram santos) e descobriu que esta tinha muito dinheiro. Procurou por cúmplices de peso, e quem podia ser mais pesado que o Papa? Talvez um um contador. Exatamente, conseguiu as duas melhores desculpas que um humano poderia. O papa Clemente V para chamar os templários de hereges e o ministro Guillerme de Nogaret para chamá-los de ladrões. Isto posto, agora é só perseguição!

No dia 13 de Outubro de 1307, eles declaram ilegal a Ordem dos Templários. Começam a perseguição, prendendo e matando os cavaleiros Templários por todo o país. A grande sacada foi, como a Ordem respondia diretamente ao Papa, não acharam nada estranho serem chamados pelos organismos religiosos a comparecer diante do “pároco” para receber uma mensagem, portanto foram todos despreparados e pegos de grande surpresa. E só poderia ser desta maneira, pois a ordem era uma organização militar e ninguém em sã consciência iria querer entrar em disputa com eles. Foram enganados!

Anos passaram com eles perseguindo e torturando Templários até que em 18 de Março de 1314, deram o golpe final queimando na lle de la Cité, Monsieur Jacques de Molay. É cantado em verso e prosa que nessa hora o grão-mestre roga uma praga nos seus três carrascos – e quem não o faria. Imaginem o efeito de estar queimando e tirar forças do fundo da alma e cuspir uma maldição – a cidade toda assistindo acaba por corroborar a praga. Diz monsieur Druon que a praga era que em menos de 12 meses os três o teriam acompanhado. Vamos ver então:

Primeiro morre o Papa, o traidor: 20 de Abril de 1314

Segundo morre Filipe, o rei devedor: 29 de Novembro de 1314

Terceiro morre Guilherme o contador: 1314 – infelizmente não se sabe o dia exato.

Sabemos que o papa Clemente V estava nas últimas, quando mandou queimar o grão-mestre, mas vamos dar um crédito para nossa praga - o Filipe, por sua vez teve um derrame, na verdade acreditam que ele caiu do cavalo e acabou por morrer da lesão, que na hora não pareceu ser grave. Agora o contador tinha saúde e existe quem diga que precisou de uma certa “ajuda” para a maldição ser cumprida. Vai saber né!

O que dá azar não é a Sexta-feira 13, é ser inimigo do Rei.... Mas nada que um Boa Maldição a Beira da Morte não resolva....

....................................................................Livia Ulian